Sem nada
para oferecer, o Edifício é como um dia de execução, o que rege esse mundo é
tudo o que um corpo tem a oferecer.
Eu não sei
quem sou, pois nada é algo, pois tudo o que eu sou é a única coisa que os
Duendes Mecânicos não conseguem ludibriar, mas eles fazem como em aulas de
física que algumas pessoas queriam esquecer, pois fazem cada vez mais sentido.
Meu único problema é a bebida, pois é quando estou constantemente na cabeça dos
Duendes Mecânicos.
Por sentido
nenhum jamais irei sorrir, pois me deixam cada vez mais louco esses Duendes,
mas não existe o quem somos e fumando um procuro sentido apenas em leis
relativas. O fluxo dos Duendes Mecânicos é uma tremenda piada quando se sabe
das coisas. Morrendo um pouco eu continuo bebendo, o que alivia um pouco, mas
eu queria poder sentir que essa batida minha não é uma piada.
Fazer as
coisas direito é algo que não deixou aquilo em que acredito, Bram nem imagina.
Fazem eu ser outra pessoa, estão me mudando esses filhos da puta. Saber disso
já é algo que sei faz tempo. O horror é insuportável. Nem meu orgulho próprio
criado por cientistas é um ritmo que pode mudar. Não queria, mas nem isso faço,
viver no Subterrâneo como um herói, isso é algo realmente pra quem sonha,
porque aquilo lá embaixo, a todo momento, existe pensamento e um sentido
aparente. Nossos pensamento, em algum momento ou a todo momento, irão sumir.
Seria interessante para que eu pudesse seguir em frente.
Você pode
ser eu, pois os Duendes Mecânicos seguem leis absolutas em sua casa, não tenho
culpa por ser estúpido. Eles são os vilões. Bêbado e morrendo como um gambá com
um cigarro no cu só de sacanagem. Mosquitos que picam escrevem sobre amor,
sobre ter câncer na minha pele, meu cérebro cheio de marcas porque a Damis foi
embora.
Guerra e
paz, é isto que sou, mas tentam roubar isso de mim, ou não. A qualquer momento
podemos, em todas as noites, sermos dissecados. Todos os dias, em todos os dias
mesmo, o outro sem pensamento estará dentro de nós mesmos. Me foderam o tempo
todo, pois não querem dar pra mim essas coisas, podiam pelo menos me oferecer
um amor, mas então me vejo neste mundo o tempo todo lutando contra algo que se
chama música.
Gustavo Campello
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