domingo, 5 de fevereiro de 2017

O INIMIGO DA MÚSICA



Sem nada para oferecer, o Edifício é como um dia de execução, o que rege esse mundo é tudo o que um corpo tem a oferecer.

Eu não sei quem sou, pois nada é algo, pois tudo o que eu sou é a única coisa que os Duendes Mecânicos não conseguem ludibriar, mas eles fazem como em aulas de física que algumas pessoas queriam esquecer, pois fazem cada vez mais sentido. Meu único problema é a bebida, pois é quando estou constantemente na cabeça dos Duendes Mecânicos.

Por sentido nenhum jamais irei sorrir, pois me deixam cada vez mais louco esses Duendes, mas não existe o quem somos e fumando um procuro sentido apenas em leis relativas. O fluxo dos Duendes Mecânicos é uma tremenda piada quando se sabe das coisas. Morrendo um pouco eu continuo bebendo, o que alivia um pouco, mas eu queria poder sentir que essa batida minha não é uma piada.

Fazer as coisas direito é algo que não deixou aquilo em que acredito, Bram nem imagina. Fazem eu ser outra pessoa, estão me mudando esses filhos da puta. Saber disso já é algo que sei faz tempo. O horror é insuportável. Nem meu orgulho próprio criado por cientistas é um ritmo que pode mudar. Não queria, mas nem isso faço, viver no Subterrâneo como um herói, isso é algo realmente pra quem sonha, porque aquilo lá embaixo, a todo momento, existe pensamento e um sentido aparente. Nossos pensamento, em algum momento ou a todo momento, irão sumir. Seria interessante para que eu pudesse seguir em frente.

Você pode ser eu, pois os Duendes Mecânicos seguem leis absolutas em sua casa, não tenho culpa por ser estúpido. Eles são os vilões. Bêbado e morrendo como um gambá com um cigarro no cu só de sacanagem. Mosquitos que picam escrevem sobre amor, sobre ter câncer na minha pele, meu cérebro cheio de marcas porque a Damis foi embora.

Guerra e paz, é isto que sou, mas tentam roubar isso de mim, ou não. A qualquer momento podemos, em todas as noites, sermos dissecados. Todos os dias, em todos os dias mesmo, o outro sem pensamento estará dentro de nós mesmos. Me foderam o tempo todo, pois não querem dar pra mim essas coisas, podiam pelo menos me oferecer um amor, mas então me vejo neste mundo o tempo todo lutando contra algo que se chama música.

Gustavo Campello

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