domingo, 28 de fevereiro de 2010

AEROSMITH - BIG ONES

Este foi o meu primeiro CD, deve ter sido em meados de 1993, eu estava na casa da minha tia e lá pegava MTV, apesar de na época ser um canal aberto, na minha cidade só pegava com TV a cabo, e quando eu vi o que estava passando logo pensei: “UAU! Esta música é demais, este clip é demais e esta garota é linda!”
A música era Cryin’, o videoclip é aquele que a mocinha pula de uma ponte fingindo suicídio, mas que na verdade está fazendo bungee jump e a garota era a Alicia Silverstone começando a sua escalada para o sucesso que faria daí para frente. Naquela época eu já ouvia música, porém só tinha discos de vinil ou fitas K7 (na verdade tinha muito mais fitas do que discos) e ouvia U2, Metallica, Nirvana, Red Hot Chilli Peppers, Engenheiros do Hawaii, entre outras coisas, gravava tudo no meu primo, naquele ano com o sucesso do álbum Get a Grip do Aerosmith também fiz minha fita quando ele comprou o CD.
No ano seguinte o Aerosmith lançaria a coletânea Big Ones, que continha as melhores músicas da banda e mais uma música inédita chamada Blind Man, fui até a uma das Lojas Americanas no shopping e comprei meu primeiro CD, me senti a pessoa mais moderna do mundo, pois meus pais tinham acabado de comprar um som com este tipo de mídia que era uma novidade lá em casa.
Hoje a banda Aerosmith não me chama a atenção, não escuto com freqüência, porém quando escuto este CD em específico, várias lembranças daquela época em que eu tinha 12 anos vêm à tona, é uma sensação muito boa poder pegar aquele álbum que você quase nem se lembra mais que existe e colocar para tocar. Minhas músicas preferidas dele são Cryin’, Amazing e Blind Man por terem marcado aqueles idos anos 90.
E quem diria que aquele bandidinho que rouba a bolsa da Alicia Silverstone naquele primeiro videoclip da banda que eu assisti se tornaria muitos anos depois o galã Sawyer da série de TV Lost?

DA TERRA A LUA


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O livro começa com um bando de canhoneiros aposentados após a Guerra Civil americana, todos velhos, sem nenhum sentido em suas vidas agora que os canhões não são mais necessários e em sua maioria com membros faltando (pernas, mãos ou até braços inteiros), são esses personagens excêntricos e pouco convencionais que povoam este famoso livro do visionário Julio Verne que devorei em dois dias.
O clima de saudosismo por parte dos personagens some já no começo, quando o presidente do clube tem a idéia de construir um enorme canhão com a única finalidade, dar um tiro na Lua, a idéia absurda cria um clima de fantasia para nós, leitores do século XXI, porém fica a imaginação do impacto do livro quando foi lançado no século XIX, quando o homem só sonhava e fazia hipóteses de como era este astro noturno.
Conforme vamos lendo o livro quase acreditamos no que estes homens estão realizando, quase acreditamos que o livro se trata de uma história real, pois nos é contado quase como um relato histórico, outra genialidade é a mudança do personagem principal Barbicane para o intrépido Miguel Ardan na metade do livro, que resolve ir para a o satélite dentro da bala.
Os fatos científicos se misturam com fantasia quase que inconscientemente quando se Verne, neste livro em especial, por se tratar de um local tão distante, mas que vemos todos os dias ao olhar para o céu.
O livro tem uma continuação chamada “Viajem ao Redor da Lua” ou “A Roda da Lua” dependendo da edição, porém não é tão boa quanto este primeiro livro.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O HOMEM DUPLO


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Acabei de assistir ao filme O Homem Duplo, aquele filme em que os atores foram filmados e depois desenharam em cima deles deixando um efeito de “desenho animado realista” como vemos na foto.
O filme é baseado em uma história do Philip K. Dick, autor de "Blade Runner" e "Minority Report", só por isso o filme já é válido, porém, na minha opinião, esse efeito “desenho animado realista” mais atrapalha o filme do que ajuda, parece que você não consegue focar no que está acontecendo porque as cores ficam se mexendo o tempo todo, concordo que pode ser apenas uma falta de hábito, mas foi uma falta de hábito que atrapalhou o andamento do filme para mim.
A história gira em torno de um policial viciado que atua para prender traficantes de uma nova droga chamada Substância D, porém sua vida vira uma bagunça quando ele é chamado para investigar ele mesmo. Cenas interessantes como um ataque de pulgões ao personagem Charles Freck ou quando o mesmo recebe a visita de um ser de outra dimensão que lê seus pecados fazem do filme uma viagem alucinógena interessante.

O Ponto mais alto do filme são as interpretações perfeitas de Woody Harrelson e Robert Downey Jr., repetindo a dupla de "Assassinos por Natureza" mais de dez anos depois.

ONDE VIVEM OS MONSTROS

Fui para o cinema cheio de expectativas, afinal era um novo filme do diretor Spike Jonze que filmou os brilhantes “Quero ser John Malkovich” e “Adaptação”, porém as expectativas, que eram altas, foram superadas e muito para este que já foi com certeza um dos melhores filmes de 2010 que eu assistirei.

O filme é simplesmente brilhante e me transportou para uma parte da minha infância que eu não me lembrava mais, uma época em que bastava uma borracha para que eu desenhasse um rosto e fazer dela meu boneco preferido, mostrando que com imaginação tudo é possível, o filme está caracterizado como infantil, talvez devido ao livro em que é baseado, porém é o filme infantil mais adulto que já assisti, não por causa de piadas escondidas como os filmes da Pixar, mas devido a complexidade dos próprios personagens que representam sua agressividade, sua mãe, irmã, timidez, depressão, alegria e até mesmo o seu melhor amigo imaginário. A idéia de usar bonecos ao invés de computação gráfica foi o ponto alto do filme, que perderia toda a mágica com um boneco 3D como estamos nos acostumando a ver.

Existem cenas que lembram a um videoclip, talvez devido a carreira do diretor que vem dessa área, e a trilha sonora é simplesmente perfeita como os filmes da Sofia Coppola, que foi sua esposa de 1999 até 2003, pode-se dizer que o trabalho deles tiveram muita influência em ambos, mas estes detalhes técnicos são o que menos importam, em alguns momentos você quer ter unhas grandes e fortes só para arranhar uma árvore, em outros quer ter uma voz rouca e grave para gritar para o céu e só então você percebe que existe algo de selvagem em todos nós, que escondemos e não sabemos bem o porque, mas que com certeza nos faz um bem danado.

No final do filme eu estava segurando as lágrimas, mas daí pensei “dane-se!” e deixei que elas viessem, são poucos filmes tão tocantes com uma mensagem tão simples.