Respeito
é a única coisa que todos os seres humanos buscam, sem exceção. E quando eu
digo respeito, não confundam com fama, sucesso e dinheiro. Respeito está muito
acima disso e nada no mundo realmente importa mais.
Qualquer
homem pode viver sem amor sua vida inteira, mas nenhum consegue viver sem
respeito. Lógico que nunca seremos respeitados por todos que nos cercam, mas
buscamos uma harmonia dentro do possível.
Olho para
a minha mão e me lembro de acertar um belo tapa na cara dela. Podem me chamar
de covarde. Não sei se eu ligo. No momento não me pareceu a coisa certa a
fazer, mas foi o que eu fiz. Foi o que eu tive vontade de fazer. Lhe dei um
belo de um tapa. Ela ficou assustada, não esperava que eu fosse capaz, seus
olhos se lacrimejaram e a voz não saiu pela sua garganta.
“Covarde!
Covarde! Covarde!”
A culpa
veio tão rápido como foi embora. Não dava a mínima para o que tinha feito. Não
a respeitava, mas ela também não me respeitava. Ficamos juntos dois anos ainda
depois de tudo isto. Aprendemos a nos respeitar depois.
Ela virou
a mesa em um acesso histérico de ciúmes e eu lhe dei um tapa em um acesso
histérico de raiva, acho que nós dois aprendemos com isto. Ficamos mais
controlados.
A
humanidade em si não tem respeito mais por nada, pessoas jogam lixos nas ruas,
passam no sinal vermelho quase levando os pedestres junto com o carro, brigam
por qualquer bobagem, atendem celulares durante almoços e jantares, o respeito
foi sendo deixado de lado cada vez mais. Acho que por isso as pessoas são tão
vazias e depressivas nesse mundo cada vez mais “moderno”.
Tem gente
que nem se levanta mais nem para dar o acento para uma garota. “Old Fashion”.
Respeito não tem idade. Valores corretos serão sempre valores corretos.
Respeito
é diferente de educação. A gente pode ser educado com uma pessoa que não temos
o mínimo de respeito. Mas o que é respeito? É uma mistura de educação com
admiração, é você tentar jamais machucar ou deixar triste aquela pessoa.
“Silvana”
– eu penso nela agora – “Não queria machucá-la e ela não queria me machucar.
Tenho certeza disto. Mas acabamos nos machucando do mesmo jeito”.
Tínhamos
respeito um pelo outro, mas de nada adiantou, fomos nos perdendo um do outro
como grãos de areias escorrendo entre os dedos.
Nunca dei
um tapa na Silvana, jamais teria coragem. Respeitava-a. Mas a machuquei mais do
que qualquer outra pessoa.
“Burro!
Burro! Burro!”
Agora
você vai morrer aqui sem poder se acertar com ninguém, seu oxigênio vai acabar
e há tanta coisa entalada na sua garganta. Passei tempo demais sem pedir
desculpas. Passei tempo demais me desculpando também. Gostaria de me sentir
completo agora, sem arrependimentos, digno de respeito.
Gustavo
Campello
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