terça-feira, 10 de janeiro de 2017

O MAQUINISTA ESTÁ MORTO



Em Memória de David Bowie

Desapareceu para achar longamente um novo maquinista. O antigo está morto, neste momento ele está flutuando de um jeito muito peculiar, e se as pessoas pudessem olhar por trás das paredes do Edifício, veriam que as estrelas estão bem diferentes hoje. Mas o novo maquinista há de surgir, enquanto isso não há viagens para fora do Edifício.

Vão de ferro até o Deus Fungo, pois o ferro é o caminho, ele tudo queima, o único medo do Deus-Fungo é o ferro, mas enquanto não houver um novo maquinista canhoto que vá longe demais o ferro será a estrada da enganação. A maneira Dele escapar. Mas Dele ninguém escapa.

Todos foram aos subterrâneos, que apesar do tamanho, foi suficiente para o adeus. Lá estavam os Duendes Mecânicos, mas não foram ao mesmo tempo, mas dando gritos para o nada que o mataram, perseguido por pequenas rodas verdes. 

No Mundo Poderoso do Fígado ele está, mas não é mais desperto, pois o abismo da morte era realmente fantástico.

Falam dele, aguardam as drogas mutiladas lá da rua. A droga azul. Fuga inevitável da manipulação dos Duendes Mecânicos. Fuga do controle do Deus-Fungo. Sem o maquinista só resta a droga azul, nada mais.

Cansado de sua missão, morreu chegando ao seu parecer sobre o Edifício. Lugar dos vivos que não vivem, lugar onde a morte não consegue chegar. Mas o parecer final apenas ao maquinista pertence.

Ele, o metrô, veio. Ele desapareceu por um longo tempo para achar um novo maquinista, mas ele voltou livre, como um pássaro azul e com cicatrizes que não podiam ser vistas.

Gustavo Campello

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