domingo, 8 de janeiro de 2017

BOWIE: LUTO E CELEBRAÇÃO



Há exatamente um ano atrás estava sendo lançado o álbum Blackstar do Bowie, no dia do aniversário de 69 anos do artista. Ele que foi o meu maior ídolo, a minha maior fonte de inspiração em muitos aspectos iria falecer dois dias depois dando um susto em todos os seus fãs. Parece bobagem, mas fiquei em choque, decidi entrar em um luto e só escrever sobre o impacto disso tudo um ano depois, fiquei em silêncio enquanto a maioria de seus fãs escreviam sobre o assunto.

As crônicas da série Vagando no Espaço de Divagações foram obviamente inspiradas no Major Tom, criado por David Bowie no álbum Space Oddity, o cantor ainda é um personagem chave de enorme importância nas crônicas da série DuendesMecânicos, que voltará a aparecer por aqui. As referências dele no meu trabalho não param por aí, mas essas são as mais importantes que me vem na cabeça agora. Ah, teve um texto que também lembrei agora: Bullying.

2016 foi um ano difícil, por vários motivos, vi morrer meus dois ídolos vivos da música (David Bowie e Leonard Cohen), estudei que nem um louco pra um concurso que não passei, quebrei a coluna em um acidente de carro e vi meu relacionamento amoroso de seis anos ser jogado na lata do lixo pela mulher que eu amo... tá bom ou querem mais? Enfim, apesar de várias coisas que possam parecer piores do que a morte de um artista que eu nem conhecia, a morte do Bowie foi sim fundamental este ano para que eu encarasse as mudanças que o ano trouxe. Bowie era conhecido como o “Camaleão”, porque ele sabia se reinventar, ele sabia seguir em frente, sabia se transformar, deixar o passado onde ele pertence, ir adiante independente do que o futuro traria. Tive que dar passos que nunca dei, fazer coisas que nunca fiz, encarar mudanças, trabalhei até como serralheiro e apesar das dores insuportáveis nas costas, no coração e sei lá mais onde eu estou definitivamente tentando, tropeçando muito, mas tentando.

Então é isso, o luto chega ao fim, o blog volta a toda, mas sem saber direito ainda o que escrever sobre o que sinto sobre a morte do Bowie, acho que ele me ajudou até na morte, pela maneira que encarou tudo, pela maneira como terminou tudo, fazendo arte até na morte. Não tenho a pretensão de ser um Bowie, mas eu acho que devo isto a ele, produzir arte até minha morte, portanto... independente de eu virar um escritor famoso ou não, escrever livros que vendam ou não, o blog deve permanecer aqui até o dia em que eu morrer, produzindo arte.

Hoje celebramos os 70 anos do artista. Neste 2017 esperem por surpresas, esperem por mais loucuras, esperem por mais bebedeiras, esperem por mais textos, esperem por mais música, esperem por mais Bowie, esperem por mais choros, esperem por mais socos na parede, esperem por mais... Vocês não estão sozinhos, é só segurarem a minha mão e deixarem eu levar vocês para longe.

Gustavo Campello

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