Foi um dos maiores eventos da década, aquele
Rock in Rio III, mesmo tendo dias que não tinham nada haver com rock. Vitor,
seu amigo Jorge e seu primo Giorgio com sua namorada Edith foram todos para o
Rio de Janeiro. Era o dia 13 de Janeiro de 2001, Vitor havia largado a
faculdade e já se preparava para começar ao cursinho no mês seguinte, estava
com vontade de extravasar.
Quando chegaram à cidade do rock, o primeiro
show já começara no palco principal. Cássia
Eller estava cantando alguma
de suas baladinhas.
- Eu que não quero ver isso – disse Vitor.
- Nem eu – confirmou Jorge.
Giorgio e a namorada se separaram ali, foram
ver o show da Cássia Eller.
Vitor e Jorge descobriram depois que ela arrancou a blusa e mostrou os peitos.
Agradeceram aos céus por não terem ido naquele show. Ao invés disso estavam em
um palco menor pulando ao show da banda Penélope,
que era bem legalzinha e que havia sumido tão rápido como havia surgido.
Fernanda Abreu veio em seguida, Vitor quis ir ver o show, já que era
apaixonado por ela. Em uma escala de mulheres bonitas, Fernanda Abreu vinha em segundo, logo após a Luciana Vendramini. Foi um show
divertido, Evandro Mesquita fez uma participação especial
relembrando os velhos tempos da banda Blitz,
que tinha os dois em sua formação.
O calor era insuportável, um cara com uma
mangueira molhava algumas poucas pessoas que conseguiam chegar próximo a ele.
Vitor tirou a camiseta e tentou, sem sucesso, ser molhado. Um amigo de sua irmã
viu Vitor na televisão em um flash ao vivo, inconfundível com aquele cabelo
amarelo arrepiado no estilo Layne
Stanley no álbum Dirty.
Quando o Barão
Vermelho entrou em cena, já
sabiam que era a hora da janta. Um show completamente dispensável. Tinham que
se preparar pra chegar próximo ao palco durante os próximos dois shows
seguidos.
O sol começava a se por no horizonte. A
cerveja mais cara do mundo era vendida por ali. Um pedaço miserável de pizza
tinha um valor, que se doado, poderia saciar uma pequena vila africana durante
uma refeição. A cerveja nem estava tão boa, era de uma marca vagabunda, e a
pizza parecia um pedaço de borracha bem fino.
Agora era começar a se enfiar na multidão e ir
em direção ao palco. Os shows principais iriam começar.
Gustavo Campello
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