Vitor
estava em um bar, quando uma garota sentou ao seu lado.
- Oi
-Oi – ele
respondeu
Começou
aquele papinho tosco de quando pessoas se conhecem, ela era bonita, o bar não
era dos mais fuleiros que ele frequentava, portanto a clientela até que tinha
um ar de “sou alternativo, mas não preciso feder por causa disso”. Então ela
veio com a pergunta crucial:
- O que
você faz?
- Tenho
duas profissões – tomou um gole da cerveja – sou escritor.
Um
silêncio por um tempo tomou conta dos dois, ela estava esperando pra saber
sobre a segunda profissão, mas Vitor achou que devia era calar a boca.
- E a
segunda profissão?
- Bêbado
profissional.
Achou que
ela ia se levantar e ir embora, mas ao contrário disso, ela riu.
- Todo
escritor tem que ser um pouco transviado.
- Eu sou
transmacho!
Ela riu
de novo, Vitor pediu outra dose de gin, parecia que ia ser uma daquelas
conversas vazias intermináveis e ele só queria beber.
- Você
está bêbado neste momento?
- Eu
estou bêbado em todos os momentos, querida.
Ela riu
de novo e aquilo estava começando a irritar.
- Você
escreve sobre o que?
Ele olhou
pra ela e pensou “Se ela perguntar se eu escrevo livros de vampiros eu dou um
soco na cara dela”, passou a mão no cabelo que estava caindo no rosto, tomou um
gole do gin que tinha acabado de chegar e pensou sobre o que escrevia.
- Escrevo
umas crônicas – não queria especificar muito – mas ando cansado de tudo, de
escrever essas crônicas, de ficar bêbado o tempo todo, de estar sempre
sozinho... Mas eu tenho um plano pra acabar com tudo isto.
- Legal,
mas e estas crônicas? São do que? De vampiros?
Pronto,
este era o fim da picada, jogou o resto do gin na cara da garota, deixou o
dinheiro em cima do balcão e foi pra casa, ainda tinha muita coisa a ser feita.
Vitor tinha um plano.
Gustavo Campello
Nenhum comentário:
Postar um comentário