Era meia
noite, Vitor estava bêbado em casa e o telefone tocou.
- Alô?
- Vítor?
- É ele!
- É o
Mario!
- Aquele
que me comeu atrás do armário? – piadinha de praxe que Vitor sempre falava
quando ele ligava.
- Preciso
de uma mão, acabou a bateria do meu Fusca. To há três quarteirões da sua casa.
- Vem pra
cá.
- Nem,
preciso que me ajude a empurrar esta bagaça até em casa.
Mario
morava há uns cinco quilômetros de distância, ia ser uma bela de uma empurrada,
Vítor pensou no trabalho que ia dar e estava pensando em alguma desculpa, mas
depois imaginou o mico que ia ser, não é todo dia que se empurra um Fusca do
centro da cidade até a casa do Mário e achou que ia ser divertido.
- To indo
praí!
Chegando
lá, Mario estava de pijama esperando por ele.
- Mas que
merda, porque está de pijama?
- Não
achei que o carro ia pifar, porra! – Mario estava indo buscar a namorada, na
rodoviária, mas devido ao ocorrido ela já tinha ido pra casa de taxi mesmo.
Começaram
a empurrar o carro, Vitor nunca tinha imaginado que um Fusca pesava tanto,
estavam ainda na avenida principal e já suavam bicas, passaram por um carrinho
de cachorro quente lotado de gente e todos olharam para a cena, um bêbado e um
cara de pijama empurrando um Fusca.
-
Hahahahahaha, força aí!
- Olha a
roupa daquele cara!
Vitor
parou pra acenar pro pessoal enquanto Mario empurrava sozinho o Fusca dando
risada, ambos não davam a mínima para a gozação, se tinha alguém como Vitor que
não ligava de pagar mico era o Mario. Se o Jorge ou o Walter estivessem ali,
ambos abaixariam a cabeça e ficariam vermelhos.
Continuaram
empurrando o Fusca prateado fazendo poses de fodões.
- Se meu
pai me visse agora ia dizer que eu sou macho – disse o Mario.
- Se meu
pai me visse agora ia me chamar de idiota – disse Vitor.
Depois de
muito esforço chegaram a casa onde Mario morava com a namorada Larissa, a
garagem em compensação era uma rampa pra cima e o carro não subia nem fodendo.
- E
agora?
- Porra,
trouxemos o carro até aqui pra não conseguir enfiar na garagem?
- Vamos
dar um impulso!
Arrastaram
o Fusca alguns metros pra trás da garagem e miraram no portão.
- Super
Gêmeos, Ativar – gritou o Vitor no meio da rua enquanto Mario tocava na sua
mão.
- Em
forma de um gigante de gelo – gritou o Mario.
- Em
forma de um rinoceronte – gritou o Vitor.
Empurraram
com o toda a força que tinham, o carro subiu a rampa e bateu com o pára-choque
na parede.
- Pelo
menos entrou! – Vitor disse tentando consolar.
- Certo –
Mario olhava o amassado – tem cerveja aí, vamos entrar.
Gustavo Campello
Então, da minha lista já risquei Adamastor e Mario.
ResponderExcluire a beatriz!
ResponderExcluirmuito bom.
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