Vitor
estava sentado na frente do seu computador, não tinha nada pra fazer, ficou
encarando o seu reflexo no fundo escuro do descanso de tela.
Entrou
num site de putaria, bateu uma punhetinha e depois ficou pensando que não tinha
nada de bom passando na televisão.
Entrou
num site com pirataria de quadrinhos, fez o download de uma meia dúzia e leu
todos pensando “Se eu tivesse um macaco, também ia se chamar Ampersand”.
Entrou no Soulseek e pegou três álbuns completos do David J., ouviu todos com uma certa nostalgia, lembrou do final dos
anos 90 quando escutava estas mesmas músicas quase todos os dias.
Abriu a
geladeira e bebeu cinco latas de cerveja com salgadinho de pimenta.
Deu
comida para os peixes.
Ligou a
televisão, se recordou de que havia lembrado antes que só havia programas ruins
passando e desligou rápido.
Foi ligar
para alguém, então percebeu que o celular estava sem bateria. Lembrou-se que
havia esquecido o carregador na casa da Beatriz.
Leu um
conto do Marcelo Mirisola enquanto cagava e depois ficou sentado mais um tempo no
trono pensando que não tinha mais porra nenhuma pra fazer. Tomou um banho
demorado ouvindo os mesmos CDs do David J. que
tinha acabado de pegar no Soulseek e ouvira
algumas horas atrás.
Entrou no
Facebook, colheu seus tomates no Farmville e
plantou melancias.
Foi até a
geladeira e percebeu que a cerveja tinha acabado, virou um copo de run seguido
de um copo de suco de pêra.
Deitou na
cama e dormiu.
Outro
domingo havia passado.
Gustavo
Campello
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