- Eu
aposto que ele vai comer macarrão hoje de novo! – diz o mais grandão dos três –
ele sempre come macarrão.
- Grande
merda! Nós também comemos sempre a mesma coisa – diz o mais rabugento, ele está
sempre reclamando, não gosta de muita coisa, então os outros dois costumam
ignorá-lo, assim ele acaba dizendo a mesma coisa duas vezes, sempre - Grande
merda! Nós também comemos sempre a mesma coisa.
- Eu
gosto do que comemos todos os dias, além do mais tem gente por aí que nem tem o
que comer – o menor entre eles é quase uma criança e vê sempre o lado positivo
de tudo – ele sempre come macarrão porque é nutritivo e deve ser gostoso.
- Dane-se
vocês, eu preferia comer o macarrão ao invés da merda da nossa comida, odeio
ter que o ver comendo este macarrão através desse vidro – ninguém pareceu
notá-lo de novo - Dane-se vocês, eu preferia comer o macarrão ao invés da merda
da nossa comida, odeio ter que ver ele comendo este macarrão através desse
vidro.
- Vai lá
e pede pra ele – diz o menor.
- Um dia
eu faço isso!
- Da
mesma maneira que você diz que um dia vai embora para Huahine e comer coisas
diferentes todos os dias – o maior sempre gosta de provocar os outros dois, mas
no fundo são amigos, bem, não porque escolheram, mas porque o destino assim o
quis.
- Um dia
vou ser um rei e comerei até um pedaço daquilo que ele sempre come!
- Se
chama Filé! – disse o menor não dando tempo para repetições.
- Eu sei
como se chama – virou-se de costas para não ter mais que olhar a vida alheia
através de um vidro – Eu sei como se chama!
- Lá vem
ele – disse o maior cheio de expectativa.
- O que
ele está trazendo? – ele voltou correndo para o vidro sem se queixar – O que
ele está trazendo?
- Não deu
pra ver ainda.
- É
macarrão!
- Qual? –
ainda não tinham conseguido ver – Qual?
- Parece
ser um comum com molho de tomate.
-
Delícia! Delícia!
Vítor
sentou em sua mesa sem imaginar que era alvo de uma discussão, pegou uma taça
de vinho e comeu todo o macarrão com bastante queijo.
- Ele vai
repetir, sempre repete – disse o menor se gabando de seu conhecimento sobre o
cara que eles gostavam de observar. Realmente Vitor repetiu o prato, após
terminar a refeição, porém se virou e encarou os três.
- Ele
olhou pra gente – diz o maior.
- Está
vindo pra cá – diz o menor – porque não aproveita e pede o macarrão para ele?
- Não
seja idiota, vamos nadando! – então o mais rabugento se põe a nadar fingindo
que está tudo bem e repete para os outros que o imitam – Vamos, não sejam
idiotas, vamos nadando!
Vitor
fica alguns minutos encarando seu aquário, sem imaginar o que pode passar na
mente de peixinhos tão ariscos.
Ótimo texto, criativo por demasia! Confesso que imaginava se tratar de mendigos, ficou muito bom isso de serem peixinhos, hahaha.
ResponderExcluirEntão, Gustavo, vou entender o "textos carregados" como elogio e agradecer, hahahaha... Quanto ao seu comentário: realmente já desencanei, é o melhor a se fazer.
Gostei das tuas crônicas, parabéns, tu escreves muito bem!
Tenha uma ótima semana, até mais. Beijos!
Que fim surpreendente! Eu já tinha mil cenas na cabeça e você destruiu tudo com esse fim. Ótimo!
ResponderExcluire eu achei que eram moscas, rs, muito bom, adorei!
ResponderExcluir