- Eu não
agüento mais isso – dizia o cara.
Vitor
estava indo para a casa de Beatriz, já era noite, em uma esquina este cara
estava discutindo com sua futura ex-namorada no telefone celular.
- Pelo
amor de Deus – dizia o cara gritando – eu não agüento mais isso!
Vitor
achou a situação do cara engraçada, parou ali na esquina e ficou escutando a
conversa.
- Eu não
comi ela! – o cara nem tinha percebido a presença de Vitor ali, olhando para
ele – Se eu tivesse comido eu dizia!
“Claro”,
pensou Vitor, “E eu sou o Papa!”
- É o
jeito dela! – Vitor deu uma risada e o cara percebeu que tinha alguém de
platéia – Que foi seu filho da puta? Nunca viu não?
- Ah –
respondeu – Continua, não deixa a mina na linha!
- Calma!
– disse ele pra namorada – Tem um cara aqui tirando onda comigo ouvindo nossa
conversa!
- Se eu
quisesse tirar onda com alguém – disse Vitor segurando o riso – com certeza
você seria o primeiro, amigo!
- Qualé a
sua hein?
- Qualé a
minha?
- É!
- Não sou
eu que estou gritando no meio da rua dando explicações pra namorada em um
telefone celular, qualquer um pode parar e ouvir – Vitor não acreditava no
sujeito, lembrou do passado e de como já esteve no lugar dele – Eu que
pergunto, qualé a sua?!
- Eu vou
desligar o telefone um minutinho – o cara ficou roxo de raiva e disse – não,
porra! Não é outra mulher que está aqui!
Vitor riu
mais ainda deixando o sujeito numa situação bem comprometedora.
- Ta
rindo do que?
- De
você!
- Porque?
- Você ta
ridículo! Manda ela ir se ferrar!
- Mas eu
gosto dela!
-
Problema seu – Vitor ficou sério e disse – ta na cara que ela não gosta de
você!
Vitor foi
embora, o cara já não tinha mais tanta graça, só esperava que suas palavras
pelo menos o tivessem ajudado um pouco, bem... isso ele nunca iria saber.
Gustavo
Campello
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