sábado, 27 de fevereiro de 2010

ONDE VIVEM OS MONSTROS

Fui para o cinema cheio de expectativas, afinal era um novo filme do diretor Spike Jonze que filmou os brilhantes “Quero ser John Malkovich” e “Adaptação”, porém as expectativas, que eram altas, foram superadas e muito para este que já foi com certeza um dos melhores filmes de 2010 que eu assistirei.

O filme é simplesmente brilhante e me transportou para uma parte da minha infância que eu não me lembrava mais, uma época em que bastava uma borracha para que eu desenhasse um rosto e fazer dela meu boneco preferido, mostrando que com imaginação tudo é possível, o filme está caracterizado como infantil, talvez devido ao livro em que é baseado, porém é o filme infantil mais adulto que já assisti, não por causa de piadas escondidas como os filmes da Pixar, mas devido a complexidade dos próprios personagens que representam sua agressividade, sua mãe, irmã, timidez, depressão, alegria e até mesmo o seu melhor amigo imaginário. A idéia de usar bonecos ao invés de computação gráfica foi o ponto alto do filme, que perderia toda a mágica com um boneco 3D como estamos nos acostumando a ver.

Existem cenas que lembram a um videoclip, talvez devido a carreira do diretor que vem dessa área, e a trilha sonora é simplesmente perfeita como os filmes da Sofia Coppola, que foi sua esposa de 1999 até 2003, pode-se dizer que o trabalho deles tiveram muita influência em ambos, mas estes detalhes técnicos são o que menos importam, em alguns momentos você quer ter unhas grandes e fortes só para arranhar uma árvore, em outros quer ter uma voz rouca e grave para gritar para o céu e só então você percebe que existe algo de selvagem em todos nós, que escondemos e não sabemos bem o porque, mas que com certeza nos faz um bem danado.

No final do filme eu estava segurando as lágrimas, mas daí pensei “dane-se!” e deixei que elas viessem, são poucos filmes tão tocantes com uma mensagem tão simples.

Nenhum comentário:

Postar um comentário