sexta-feira, 10 de março de 2017

TRÊS AMORES: HÁ 6⅓ ANOS




“Porque eu sei como é quando pessoas
que ama não acreditam em você,
Quando te deixam ir embora.”

Meu terceiro amor é aquela velha história do aprender que você não consegue fazer uma pessoa te amar, não importa quanto tempo passe, não importa quanto se esforce, não importa o quanto você seja completamente apaixonado por ela... se ela não te ama, ela não te ama e é isto. Por mais triste que seja, por mais dolorido que seja, quanto antes você assumir isto pra si mesmo, menos você vai se foder... e eu me fodi bem bonito.

Ela foi a pessoa com quem passei mais tempo e nunca me cansei de olhar pra ela, era aquela certeza de que com ela eu ficaria pro resto da vida, mas a vida não é uma via de mão única. Ela se cansava constantemente de olhar pra mim e não me enxergava em nenhum momento como seu príncipe encantado.

Ela era uma espécie de Humpty Dumpty versão feminina, que passou os 6⅓ Anos em cima do muro com medo de quebrar. Pra falar a verdade ela está lá até agora, em cima do muro, eu só cansei de ficar lá embaixo gritando “Pode pular! Eu te seguro! Você não vai quebrar!”, ou talvez não, talvez ela simplesmente tenha caído e quebrado, mas pro outro lado do muro, e eu fiquei deste lado tentando entender toda a bagunça.

Sinto falta dela ao meu lado na cama, sinto falta do seu cheiro, sinto falta do seu sorriso, sinto falta do sexo, sinto falta de andar de mãos dadas, e posso ficar nessa de ficar falando do que sinto falta por um bom tempo, mas olhando pra trás, o que sinto mais falta é de me sentir amado e infelizmente não posso dizer que me senti assim nos últimos 6⅓ Anos.

Estou tentando apagar os resquícios dela, tentando esquecer, toda semana algo dela vai pro lixo, pro abismo do esquecimento, desde elásticos de cabelo a fotos. Apaguei nossos vídeos picantes, fotos digitalizadas, queimei pijamas, só sobrou uma aranha de arame que eu já amassei toda e uma foto rasgada. Logo logo não terá mais nada, vazio, assim como me sinto em uma vã tentativa de me libertar de memórias fantasmas que me assombram todas as noites me impedindo de dormir.

Então tudo acabou como um meteoro que devasta tudo e ficou um gosto amargo na boca, um sabor que fez eu me sentir usado, como uma boneca velha jogada no lixo depois que a garotinha cresceu. É como enxergar todo um esforço de uma vida não reconhecida, mas é a vida, ela é cruel e não poupa ninguém. Não a culpo por não me amar, por não ter paciência pra relacionamentos, nesta altura da vida eu tinha que ter sido mais esperto, tinha que ter percebido os sinais. Não é o amor que é cego, nós é que ficamos cegos com ele, o amor é só um idiota que fica na frente atrapalhando a visão.

Só quero poder amar de novo, um amor que seja correspondido, seguir em frente, amar e ser amado. Ainda não desisti, portanto que venha o quarto e que seja o último.

Gustavo Campello
Texto em Itálico: Extraído da Série "Star Wars: Rebels" (Capítulo 14 - 3ªTemporada/2017) de Dave Filoni

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