- Como você
sabe que ama Imala? – Ferzan não queria gerar polêmica, afinal, ele mais do que
todos, tentava ficar longe de polêmicas.
- Oras... –
Bram foi pego desprevenido pela pergunta – Eu simplesmente sei.
Ferzan
percebeu o constrangimento da pergunta e quis mudar logo o assunto, mas Bram
odiava quando o amigo tentava evitar discussões, como se vivesse a vida pisando
em ovos.
- Lembra da
Jen? – pronto, o assunto estava de volta e não tinha nada que Ferzan podia
fazer, o guitarrista fez que sim com a cabeça – então, eu não amava Jen.
- Você ficou
bem mal quando ela foi embora.
- Exato,
este é o meu ponto!
- Quer dizer
que se Imala for embora você não vai ficar mal?
- Não,
obviamente vou ficar pior.
- Que tipo
de argumento é esse? – Ferzan agora achava que Bram estava bêbado ou algo do
tipo.
- O que
quero dizer é – Bram procurava as palavras certas – quando Jen se foi eu fiquei
mal porque estava perdendo ela e não necessariamente porque ela estava indo
embora. Jen me fazia falta, mas todos os meus sentimentos eram sobre mim e não
sobre Jen. Eu fiquei mal por puro egoísmo, não estava dando à mínima se era o
melhor pra ela, todo o sentimento que aflorava era sobre eu estar sem a Jen...
e não de como Jen estava se sentindo.
- Certo, mas
qual a diferença se Imala se for? Realmente acredita que vai ser diferente?
- Se eu
perceber que ela vai ser mais feliz longe de mim, bem, vou me despedaçar aos
poucos, mas vou querer ela bem longe de mim, só quero ver ela mais e mais
feliz. Acho que isto é amor, sei lá... por isso acho que amo Imala e não amava
Jen, são coisas diferentes.
- Egoísmo
contra altruísmo?
- Algo do
tipo.
- Você está
sendo idiota, não existe este tipo de amor.
- Se Imala
entrasse por esta porta agora e dissesse que precisaria de mim longe pra ser
feliz eu iria embora na mesma hora.
- Jura? –
Ferzan parecia não se importar mais com a polêmica.
Antes que
Bram jurasse Imala entrou e foi em sua direção, disse algo em seu ouvido, ele
sorriu e os dois saíram de mãos dadas sem falarem mais nada.
Ferzan
terminou a cerveja e foi pra casa masturbar o ego tocando guitarra.
Gustavo Campello
Nenhum comentário:
Postar um comentário