“Oito de
Fevereiro” – pensava Vitor bebendo sua cerveja – “que merda!”
Era o
aniversário do seu primo, seu irmão. Estava no trabalho até tarde quando sua
mãe liga dizendo que vai passar no seu apartamento. Ele tenta argumentar, mas
parece que não vai ter escapatória.
- Que
merda – diz para Jorge, seu melhor amigo no trabalho – minha mãe vai lá em
casa.
- Que é
que tem? – diz Jorge.
- Hoje é
aniversário do meu primo, queria beber uma cerveja num bar em homenagem a ele,
agora ela vai lá em casa ficar me empacando.
E foi
assim, na sala minúscula, bagunçada e suja Vitor abriu uma latinha de cerveja e
bebeu em homenagem a seu primo esperando que ela fosse embora logo pra ele
poder ir até um bar. Assim que seus pais se foram Vitor desceu correndo e foi
até o bar de costume, porém o mesmo estava fechado.
“Merda!”
– pensou – “Essa porra sempre fica aberta até tarde, porque fechou mais cedo
justo hoje?” – provavelmente o bar havia fechado porque Vitor não aparecera.
Voltando
até o apartamento um sujeito esquisito parou na sua frente e Vitor já se
adiantou dizendo que não tinha dinheiro.
- Não
quero dinheiro moço – disse ele – estou desesperado, sou HIV positivo, preciso
comprar um leite NAN pro meu bebê, estou desesperado, não agüento mais.
Vitor não
costumava a se comover com esse tipo de história, mas foi com o sujeito na
farmácia comprar o tal leite, porém não tinha mais, o sujeito insistiu que ele
fosse com ele até outra farmácia. Vitor tirou tudo o que tinha na carteira, que
não era pouco, e entregou ao sujeito.
- Tome –
disse ele dando o dinheiro – compre o leite e vá pra casa.
- Eu
queria provar que quero comprar o leite – disse o sujeito, que fedia, mas tinha
uma boa aparência.
- Eu
confio em você – disse Vitor – você não precisa provar nada para ninguém.
O sujeito
disse algo sobre ser cristão, sobre que ele havia cruzado seu caminho para que
alguma mensagem fosse entregue para ambos.
- Hoje
seria aniversário do meu irmão – disse Vitor triste – ele se matou.
- Você
vai sonhar com ele hoje – disse o sujeito – e se quiser chorar chore, mas não
acredite nas baboseiras que dizem sobre quem se mata, porque se Jesus levou o
bandido que estava do seu lado, vai levar todos nós que não valemos nada
também.
Vitor deu
um abraço no sujeito e se despediram. Quando voltou pra sua casa chorou logo
após entrar no elevador e soube que o dinheiro foi gasto como seu primo
gostaria, não com uma cerveja, mas ajudando alguém que precisava de ajuda,
fazendo a diferença.
Vitor foi
dormir esperando que seu sonho lhe dissesse algo que precisasse ouvir.
Gustavo Campello
fiquei emocionada de verdade!!
ResponderExcluiramo mto vc gu!!
conte sempre cmg..
Gabi
E aí Gustavo!! Beleza?
ResponderExcluirJá to te seguindo e te linkei no meu blog..depois dá uma passada por lá. Valeu!
1terco3.blogspot.com
Abrs