Vitor
estava nervoso.
Fazia um
ano que não via sua filha, sentia falta dela, se culpava por estar tão ausente
nos últimos três anos. Ela era uma adolescente agora, não era mais aquela
criança que ria de tudo o que ele fazia, provavelmente o achava um idiota
agora. Tinha medo de encontrá-la, tinha medo de não conseguir falar ou se
aproximar dela, tinha medo de ter que encarar que havia se afastado dela porque
se lembrava do casamento que não dera certo.
Vitor
ligou para Elise dizendo que estava passando para pegá-la:
- Chego
aí em alguns minutos, estou nervoso, ela já acordou?
- Ela
está arrumada te esperando há duas horas Vitor - disse ela olhando para a
menina sentada no sofá olhando para o relógio - ela te adora, não precisa ficar
nervoso.
Chegando
em frente ao apartamento apertou a campainha e ficou esperando ela descer, estava
enorme, quase do seu tamanho. "Que caralho" pensou "Ela só tem
treze anos!" Estava linda, abriu o portão, lhe deu um abraço e seus olhos
se encheram de lágrimas, na verdade os olhos dos dois se encheram de lágrimas.
- Que
saudades - ela disse abraçando o mais forte que conseguia o pai.
- Eu
também Princesa - disse ele - vai ficar tudo bem agora.
Foram
para o Shopping, ele queria comprar um presente de natal para ela.
- Quer
uma barbie? - disse ele inocente.
- Uma
barbie? - disse ela rindo - nunca gostei muito de barbies, preferia aquelas
bonecas maiores.
- Como
assim nunca gostou muito de barbies? Passavamos horas brincando, gastei uma
grana tremenda nelas.
Então
Vitor percebeu que era mais ele que brincava com as bonecas enquanto ela ria
das suas palhaçadas, foram até uma loja e compraram uma Melissa cor de rosa.
Agora ela era uma mocinha, já havia dado o primeiro beijo em um garoto, se
preocupava com moda, músicas e revistas teens com textos toscos, mas ainda era
a sua princesa.
Almoçaram
no McDonalds, ela devorou os cinco Nuggets mais rápido do que ele conseguia
mastigar um pedaço de hamburguer. Falaram sobre várias coisas do passado e do
tempo que não passaram juntos. Um fantasma de nostalgia pairava entre os dois,
mas estavam juntos de novo, para os dois era isso que importava.
Gustavo Campello
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