Vitor
tomou coragem e ligou para sua filha.
- E aí
Princesa?
- Oi pai!
- E aí?
Como andam as coisas?
- Porque
você some?
Não era
bem um esporro, mas ele se sentiu péssimo por ter sumido de novo.
-
Trabalhando muito – era a desculpa esfarrapada dele.
- Certo –
disse a menina fingindo que acreditava.
Vitor
queria dizer o quanto sentia muito, o quanto a vida não havia saído como ele
planejara e que ela não tinha culpa nenhuma disso. Tentava manter-se distante
porque achava que era melhor para a menina, pensava que não tinha como fazer
bem nenhum para a menina por causa da vida que levava. Um bêbado depressivo é
como Vitor se define para ele mesmo, mas a questão é... Ele levaria esta vida
se estivesse mais próximo dela? Ele se definiria assim com ela por perto? O
problema de Vitor é achar que faz mal para as pessoas que vivem perto dele, não
liga de ficar mal vivendo longe delas, acha que é melhor assim.
- Quando
você vai vir me visitar? – pergunta a menina que mora em uma cidade distante –
você ainda não conhece minha casa nova.
- Prometo
que vou mês que vem – diz Vitor pensando no dinheiro escasso que não dá nem pra
viajar.
Com a
promessa o ânimo da menina já muda, ele percebe que ela fica mais feliz, porque
ela sabe que quando o pai promete alguma coisa, ele cumpre.
Vitor
lembra que ainda não deu um presente de aniversário para ela e vai ter que
providenciar, mais uma grana que vai ter que achar em algum lugar, apesar de
que o mais difícil vai ser comprar um presente em si.
- Avise a
sua mãe que eu vou praí então!
- Pode
deixar, ela perguntou de você ontem.
- E o que
você disse?
- Que
você tinha sumido de novo!
- Sinto
muito Princesa, a vida não saiu como eu planejei e você não tem culpa nenhuma
disso.
Ele se
sentia mais leve, seus olhos se encheram de lágrimas e antes dos créditos da
ligação acabar conseguiu ouvir ela dizer:
- Pai, eu
te...
Gustavo
Campello
Beleza de estória... vou postar no meu facebook ok? To passando por uma fase estranha ao qual se assemelha á do Vitor, apesar de não ser um bêbado mas ultimamente me sinto depressivo e depreciado, amargo e infeliz... portanto a estória ai me lembra de muitas coisas e se assemelha muito aos sentimentos que sinto, realmente eu me identifico com o Vitor e compreendo o amor do pai para filha. Como ele disse: "... a vida não saiu como eu planejei e você não tem culpa nenhuma disso."
ResponderExcluirVida Longa e prósper!
christopherdeep@gmail.com