terça-feira, 26 de setembro de 2017

ATÉ O FIM DO MUNDO



Tudo indo pelo ralo, como um redemoinho de sentimentos, como o som de um violino ao meio de um piano que não para de tocar mesmo quando seu fígado pede um break após um porre colossal.

A dor no peito é só um pequeno atrativo em relação à realidade atual e as paralelas que nada significam, pois o vórtex temporal quer regurgitar as mesmas coisas, quer que você viva a mesma vida de novo e de novo e de novo e de novo e assim sucessivamente.

Nenhuma vida é única, as vidas se repetem de novo e de novo e de novo para sempre ao infinito. A monotonia e a rotina já fazem parte de você e quando acorda e cai na real é realmente algo ruim? É realmente tão horrível assim viver a vida de outra pessoa?

Duendes mecânicos tentam e tentam fazer com que tudo seja igual, mas isto é ruim? Eles são os vilões da história? Eles são os bad boys ou simplesmente representam uma força da natureza que tenta te salvar do sofrimento? De viver aquilo que só serve para te machucar? De sentir aquilo que só serve para te fazer desistir de sentir e existir?

Os duendes mecânicos são os servos do Deus Fungo ou são o teste definitivo do despertar?

O maquinista está morto para sempre?

O túnel jamais será fechado, crianças irão nascer de um jeito ou de outro no mundo posterior.

Choros estridentes serão para sempre ouvidos ou chegará o dia em que cessarão para sempre?

Será que alguém percebeu o grande espaço de tempo que ficou sem que uma criança nascesse? Segundos, talvez. Minutos? Ainda assim um tempo considerável entre a escolha de um novo maquinista. Segundos de eternidade ou minutos que representam um buraco negro no meio do infinito.

A travessia não pode parar.

O sonho jamais pode acabar.

Violinos, teclados e saxofones irão tocar ainda por um bom tempo, de maneira diferente, mas mesmo assim serão tocados, de um jeito ou de outro.

Duendes mecânicos, o maquinista, almas, tristezas, sonhos, sem-corações, seres e deuses interpretarão seus papeis por muito tempo até que tudo esteja acabado.

No fim do infinito.

Na última nota de um violino.

Quando o amor morrer.

Abemus um novo maquinista, mas será ele?

Gustavo Campello

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